Sou violão empenado que ainda toca canções puras
Componho com rimas duras minha vida na campanha
Galho seco, laço velho, que teima em não atorar
Sigo a estrada, canto a terra e as coisas do meu lugar
Noites de chuva guasqueada em rondas de muitos ventos
Assoviando lamentos rebenqueados contra o poncho
“Tardezita” de verão, Sol ardendo sobre o pasto
E me vou sovando basto, pra cedo voltar ao rancho
Por certo sou bem assim! Por ser un viejo campeiro
Xucro! Ainda matreiro, judiado da cavalhada
Janela aberta pro campo, com imagens de um sul tropeiro
Que ainda segue altaneiro como as pedras nas estradas
Por certo sou bem assim! Por ser un viejo campeiro
Xucro! Ainda matreiro, judiado da cavalhada
Janela aberta pro campo, com imagens de um sul tropeiro
Que ainda segue altaneiro como as pedras nas estradas
Recitado: Xirú Antunes
Sou corredor, caminho estreito
Crivado de muitas pedras
Sustento no campo a guerra
Couro cru envolvendo a adaga
Trago presos na mirada
Os caminhos desta terra
As rugas são de calma
Pois sei que não é o tempo
Que torna um homem tapera
Tempo que badala lento como o carvalho pro vinho
Tantos goles de carinho que não pude aproveitar
Pitangueira que dá frutos e deixa bem junto ao pé
Traz a fé na paz do campo, onde a alma teima em apear
Crina larga de criollo que ficou na invernada
Deixou um fio preso na grampa, para alguém passar e ver
Fui semente adormecida, mas em breve semeadura
Atirada à terra dura, para algum dia volver
Por certo sou bem assim! Por ser un viejo campeiro
Xucro! Ainda matreiro, judiado da cavalhada
Janela aberta pro campo, com imagens de um sul tropeiro
Que ainda segue altaneiro como as pedras nas estradas
Por certo sou bem assim! Por ser un viejo campeiro
Xucro! Ainda matreiro, judiado da cavalhada
Janela aberta pro campo, com imagens de um sul tropeiro
Que ainda segue altaneiro como as pedras nas estradas