[Samba-Enredo: Merìndílógún - A Fala dos Ancestrais]
Axé, salve o povo do candomblé
A luz dos rituais, feitiçaria
Saber de Orunmilá, ilumina Obatalá
África o berço da magia
Encontro doce de mamãe Oxum
Rainha da cachoeira, enfeitiçou Exu
Do espelho, a encantaria
Na encruza, o poder da profecia
Na travessia, um oceano de dor
No cais da Bahia semeando amor
Agô, ilê
Bamboxê, obitikô
No balanço do tumbeiro
Orixá incorporou
Na terra sagrada de São Salvador
A Casa Branca, resistência Iorubá-Nagô
Herança virou jogo no terreiro
Se espalhou em todo solo brasileiro
A proteção e a divindade ancestral
Ligou a força entre o Ayê e o Orum
Babá, em suas mãos a desvendar
Joguei os búzios, o destino o que será?
Lobo quis saber a sua sorte
Dezesseis conchas abertas
O teu futuro: Apoteose!
Alafiá! Alafiá!
Pra vencer toda demanda
Ninguém vai me derrubar
Bate o tambor... Abre a roda no xirê
É no toque da macumba, mojubá laroyê
Orayêyê ô, é noite de gira
Caminho aberto pra vitória de olaria!