Vivia sozinha
Num ranchinho velho, feito de sopapo
Seu rádio de noite era o canto de um sapo
Sua cama uma esteira entendida no chão
Sua refeição
Era um bocado de charque e farinha
E nem pra comer a coitada não tinha
Sequer no café um pedaço de pão
Levei pro meu sítio
Troquei por cetim os seus trapos de chita
E só pra marvada se ver mais bonita
Pus luz no seu quarto, invés de candeeiro
E só por dinheiro
Sabem o que fez essa ingrata mulher?
Fugiu com o doutor que eu mesmo chamei
E paguei pra curar os seus bichos-de-pé
Assim me falou
Um pobre matuto, coitado, chorando
Em seu desespero foi me ensinando
Que em todo lugar mulher sempre é mulher
Se pede uma flor
E a gente lhe dá, ela exige uma estrela
E se por acaso ela não obtê-la
Se vai com o primeiro homem que lhe der