Eu já enfrentei tempo feio
Em tarde de vento norte
E já enrolei no relho
Cruzeira me dava bote
Já me arrisquei por bem pouco
Já desconfiei do bastante
Não atropelo nas pedras
Nem galopo no lançante
Sou desse jeito
Um taura da moda antiga
E o meu destino na vida é levar o Rio Grande na goela
Vou pra janela coringar as chinas que passa
Quem sabe por ser de sorte me sobre um olhar de graça
Ando sempre canariando
Acordando as madrugadas
Não gosto de mate morno
Nem mesmo canha gelada
Não uso berro sem marca
E nem faca que não corte
Sou cantador do meu pago
Tomo uns trago
E tenho sorte!
Não gosto de lenço curto
Nem de lenço tingido
Quem ficar me analisando
Não serve pra meu amigo
Não sesteio em sombra alheia
Nem reclamo do que faço
Enrolada e China feia
Não descansa no meu braço