Quando o apito
Da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você
Pois, você anda
Sem dúvida, bem zangada
E está interessada
Em fingir que não me vê
Você que atende ao apito
De uma chaminé de barro
Por que não atende ao grito, tão aflito
Da buzina do meu carro?
Sou do sereno
Poeta muito soturno
Vou virar guarda noturno
E você sabe porque
Mas só não sabe
Que enquanto você faz pano
Faço junto de um piano
Estes versos pra você