Torturar meu amor incendeia
O desespero é um gás
Corre nas ruas, nas veias
Pro coração dos jornais
Morre quem sangra na areia
Como se fosse um cartaz
Delira na Lua cheia
Um medo ainda rapaz
Que a minha boca receia
E meus olhos só dizem jamais
Condenado é quem desencadeia
Silêncio de catedrais
Nestas paisagens tão feias
De pesadelos iguais
Que o pensamento pranteia
Porque só pensa e não faz
Um coração na cadeia
Reflete a teia mordaz
Que a minha boca receia
E meus olhos só dizem jamais