Quando amanheço
Sem pão e sem trabalho
Vendo no meu agasalho
Os remendos de outra cor
Nervosa
Sento na ponta da mesa
Quase a morrer de tristeza
A pensar no teu amor
Eu ao teu lado
Tive fartura e carinho
Cantei igual a um passarinho
Nos galhos do paraíso
Tive na vida um eterno sorriso
Infelizmente não quis
Para tornar-te um perdido
E eu uma infeliz
Às vezes
No auge da aflição
Lembro-me de tua casa
Não pra pedir-te perdão
Pois não é justo
Que eu queira ser perdoada
Sabendo ser a culpada
De toda a nossa questão
A solidão
Quase me leva à loucura
De ir procurar a fartura
Que eu deixei no teu lar
Mas a chorar
Vejo na minha tristeza
Que não mereço as migalhas
Que caem da tua mesa
Que não mereço as migalhas
Que caem da tua mesa
Que não mereço as migalhas
Que caem da tua mesa