Uh
Ele vem
Ele vem
Ora bem
Meu senhor Maranata
Jesus a gente te espera
E aqui na terra, rumores de guerra
Não ficará pedra sob pedra
Todos vão pagar ao amanhecer
Até os que usou seu nome pra enriquecer
Quanto tempo temos, até a próxima pandemia
Das que faz chorar várias famílias
Quanto tempo temos, até o próximo terremoto
Não pausa nem no controle remoto
Enquanto no ocidente
Se distrai no TikTok
Israel ocupa Gaza pelo lado Norte
E o foguete do Hamas atinge outro ponto
E Jesus chora pelos anjos embaixo do escombro
Você tem fartura
E mesmo assim reclama do que come
No nordeste o Etiópio
Uma criança passa fome
São só números
Pessoas sem rosto
Sem nome
Os pequeninos de Deus
Não tem acesso ao megafone
Na ilha do Marajó
La em Bahamas
Crianças são vendidas
Troço de bananas
Artistas fingem que não vê
Abrem um buchanans
E a noiva se prostitui em cima da cama
Enquanto o mundo desaba
O gospel repetitivo desvia sua atenção
E os missionários perseguidos estão presos
Vão ser decapitados
Esse é o verdadeiro galardão
Ele vem
Buscar a igreja sem muro e sem placa
Ele vem
Provar que o evangelho não é terno e gravata
Ele vem
Vencer a maldade com amor e graça
Ora vem
Meu senhor
Maranata
Filho Eu já estou aqui
Só que imperceptível na pele dos necessitados
Sofredor cativo
Enquanto abrem mais um templo
Usando o meu nome
Sou uma criança na favela morrendo de fome
Eu não frequento cultos e nem celebrações bonitas
Sou um doente terminal sem receber visita
Se ao menos vocês entendessem, Eu sou
Os que choram, que estou nas ruas
Aonde vocês não pregam oram
Sou um feto despedaçado dentro de um ventre
O amor que foi impedido de crescer na terra
Tô na favela
Nas esquinas entre os excluídos
Sou inocente
Nos escombros do campo de guerra
Um ser humano que espera sua compaixão
Enquanto você só me busca nos seus rituais
Espera a segunda vinda
Mas já estou aqui
Me manifesto em cada gesto de amor e paz
Eu sou dois favelados
Linguagem simples
Não precisa da só hermenêutica
E nem da sua omeleteca
Me manifesto através de gírias
Beats e diversos flows
Usando a linguagem poética
Já fui aquele rap dos anos noventa
Só que hoje deixei de ser
Porque eu não sou dinheiro
Sou a verdade adiada que é cancelada
Mas não calada enquanto existe
Os mensageiros
Ele vem
Buscar a igreja sem muro e sem placa
Ele vem
Provar que o evangelho não é terno e gravata
Ele vem
Vencer a maldade com amor e graça
Ora vem, meu senhor, Maranata!
Ele vem
Buscar a igreja sem muro e sem placa
Ele vem
Provar que o evangelho não é terno e gravata
Ele vem
Vencer a maldade com amor e graça
Ora vem, meu senhor, Maranata!