Amanheceu na estância
Os buçais de pendurados
Cavaletes aperados
Invertidos para encilha
A gajeta recostada
No esteio da cambona
Sobre a caixa da cordiona
Sesta um laço em dez rodilhas
Xucros sobejos que emalo
Cada vez que amanhece
Enquanto o fogo me aquece
Na comunhão dos fogões
E é por isso que madrugo
Antes do canto do galo
Pois cada dia é um regalo
Nas auroras dos rincões
Quando amanhece na estância
Mariposas viram bruxas
E a nossa gente gaúcha
Inquilina um par de espora
A cavalhada na forma
Se perfila na mangueira
Numa faina costumeira
Para as lidas campo afora
As tambeiras mansarronas
Amanhecem ruminando
E os cordeiros retoçando
Refugam o tremedal
Um anu se entona todo
Sobre a pampa no rodeio
Recém limpa de um terneiro
Que pariu no macegal
Caricaturam molduras
Estas imagens terrunhas
Que rotulam as alcunhas
De mesmo peso em valia
E é por isso que essas plagas
Vêm timbrar a alma da gente
Fecundando uma semente
Nas barras de um novo dia