Eu saí pela fronteira
Ver negócios de importância
E pra ver se me ajustava
De capataz de uma estância
Cheguei lá e me ajustei
Onde havia uma potrada
Onde tinha um bagual baio
Respeitado da peonada
Baio da venta rasgada
Carunchado nos cornilho
Foi o que mais me agradou
Pra sentar o meu lombilho
Pra encilhar o venta rasgada
Custou uma barbaridade
Baixou a cabeça na estância
Foi levantar na cidade
Da estância para a cidade
Regulava légua e meia
Onde o baio se acalmou
Foi na venda do Gouveia
E eu apeei lá no Gouveia
Pra tomar uns tragos de vinho
Depois belisquei o baio
Desde a marca inté o focinho
Este baio corcoveava
Mesmo que um boi tafoneiro
Pois já estava acostumado
A corcovear o dia inteiro
Bombeei pra um oitão do rancho
Vi uma prenda me espiando
E o baio não via nada
E continuava corcoveando
Menina, minha menina
Me agarra senão eu caio
Que eu já venho sufocado
Com o balanço deste baio
Uma espora sem roseta
E a outra sem papagaio
Se as duas tivessem boas
Que seria desse baio
Quase arrebentei um pulso
E as duas canas do braço
Deixei o baio bordado
De tanta espora e mangaço
Um dia deixei a estância
E fui cumprir minha sina
Mas o baio ficou manso
Inté pro selim de China