A terra do dono é só dele
É só música urbana!
Mas se eu não pegar na enxada, não tem ninguém para plantar
Música urbana
A rima tem urgência, o caso é complicado
Tem que ser certeira, não pode errar o alvo
A rima denuncia e sacrifica
O que a lei do homem não entende, e
Santifica!
Ora rica, ora pobre, ora vibra, ora sofre
A rima é muito mais que a tinta e o pergaminho
Errou quem comparou seu teor ao do vinho
Pra quem sente frio, é cobertor
É alívio na hora da dor
A rima não se silencia nos lamentos, nos
Desgostos, é
Eterna!
Seu autor nunca está morto
Muita gente subiu, e a traiu
Consolada por ela quando caiu
A rima transforma um homem por inteiro
Cela fechada, mente aberta
Descrevendo o cativeiro
Joia rara, ouro da simplicidade
Jazidas encontradas na humanidade
A rima recicla, dá vida a palavra pobreza
Agora espírito de luta
Beleza!
Não se entrega, não paga resgate
É vacinada contra o vírus vaidade
A rima desafia a hipocrisia
É pancada, sem dó, pura
Rebeldia!
Sem ritmo, sem compasso, fora do tempo
Livre, pra expressar seus
Sentimentos!
A rima é assim mesmo, sem explicação
A vivência explodindo em
Inspiração!
É um drible, um show de
Habilidade!
Lance que deixa o zagueiro irado e na saudade
A rima é o universo em equilíbrio
Há quem odeie, eu, eu acho
Incrível!
Tem muito mais valia que o dinheiro
Não se compra, não se vende
Não se sente o cheiro
A rima é a palavra no maior
Significado!
Adversária da frieza de um dicionário
Não tem fãs, tem seguidores
Impostores gravam cenas como atores
A rima sofre com a censura, foi caluniada
Por quem ri do
Verbo e não crê na
Força da palavra!
Mas o dia da igualdade
Tá chegando, seu doutor