Tio Perácio, hoje a festa é nossa!
Imponho, sou pracinha, levo fé no teu povo
Traz os meninos, diz no pé!
Deixo a vida me levar de novo
Tio Perácio, eu tô maluco, irmão!
Imponho, sou pracinha, levo fé no teu povo que diz
Traz os meninos pra sambar de pé no chão
Da grande rio sou aprendiz!
Depois que o copo desapareceu
Quatro senhoras viram nascer
Caxiense, foi pra capital, mostrar seu carnaval
Saiu voando ao amanhecer
Vê, meu bem, quanta beleza
O índio entendeu nada, não
Quando o gênio quis ensinar a furunfar
Censuraram seu tesão!
Tanto sabor nesse ninho
Empapuçou, foi embora o esquecidinho!
A luta continuou
Com todo gás, mon amour
Viva a alma tricolor!
Era a número um do camarote
A bruxa lambeu, que má sorte!
Acreditou em si mesma
Mergulhou fundo na riqueza!
(Fez Maysa requebrar na areia!)
Nas cartas apostou
Mas que baralho! Mesmo assim errou!
Desceu até outra praia
Baixou a bola, levantou poeira!
A Invocada prometeu
Seu Chacrinha não avisou e rodou!
A todos pediu sincero perdão
Foi se encontrar no quilombo do Salvador João!
Respeitou améns e axés
Deu boa noite a majeté
Para Exu ofertou o marafo
O dia era chegado!
Todo sambista sorriu
No fim de um inesquecível abril!