Pensando eu vejo os meus velhos tempos da minha vida tão passageira
Vejo a fazenda Santa Cecília, cheia de gado em todas mangueiras
Vejo um terraço cheio de moças, vejo um cavalo dentro da cocheira
Este pagão..., vejo ele pulando e me derrubando na ribanceira
Pensando eu vejo o som do berrante, vejo a boiada e o poeirão
Eu vejo alguém de uma janela, com o seu lenço, acenando a mão
No pensamento eu vejo o meu pai chegando a espora, no seu burrão
Vejo o cargueiro... De uma comitiva, lidar com gado foi minha paixão
Pensando eu vejo a capelinha, naquela estrada eu passava com boi
Ali morreu seu Francisco Chagas, meu pai é quem sabe contar como foi
Eu vejo um bando de maritacas e papagaios voando de dois
Vejo a vazante... No fundo de casa, e naquelas várzeas a colheita de arroz
Pensando eu vejo aqueles rodeios e muitas festas que participei
Muitos festeiros por devoção, sempre faziam festa de Reis
Naquelas festas o povo animava, lembro os carinhos que alguém me fez
É esse alguém... Que hoje vive ao meu lado, e todos os meus agrados, a ela eu dediquei