No terreiro que tem galo índio
Nunca pode cantá o garnisé
Bicho feio é o macaco gorila
E mais feio é o chipanzé
Nos varjão e nas grande lagoa
Sempre foi ninho de jacaré
Eu conheço muitos violeiro
Que quér ser aquilo que não é
Admiro de certas bobage
Marinheiro de primeira viage
É bem fácil enganá com a maré
Eu não tenho medo de castigo
Sou devoto, sou um homem de fé
Já topei violeiro insurtante
Mais entrão do que bicho de pé
Tem violeiro que faz e desfaz
Mas comigo não faz o que qué
Esse dão de cantá e fazer moda
Meus amigos, não é pra quarqué
Não devia passar na censura
Essas letra que não tem curtura
Rebaixando a morar da muié
É na moita que tem caçulunga, ai
Macacada não faz aranzé, ai
A coruja canta no cupim, ai
No pau seco um carapinhé, ai
A sereia é a rainha do mar
Dos escravo, a princesa Isabé
No Brasil tem o rei do catira
Rei da bola o jogado é Pelé
Andradina tem o rei do gado
Ribeirão o rei do café
Rei do mundo tudo já sabe
Jesus Cristo de Nazaré
Violeiro de pornografia
Suas letra não tem poesia
E só serve pra cabaré