Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como navegante negro
Tinha dignidade de um mestre sala
E ao acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi saudado no porto, pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam das costas
Dos santos entre cantos e chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que a exemplo do feiticeiro gritava então
Tá lá o corpo estendido no chão
Em vez de rosto, uma foto de um gol
Em vez de reza, uma praga de alguém
E um silêncio servindo de amém
O bar mais perto depressa lotou
Malandro junto com trabalhador
Um homem subiu na mesa do bar
E fez discurso pra vereador
Veio o camelô vender
Anel, cordão, perfume barato
E baiana pra fazer
Pastel e um bom churrasco de gato
Quatro horas da manhã
Baixou o santo na porta bandeira
A moçada resolveu
Parar, e então
Genésio!
A mulher do vizinho
Sustenta aquele vagabundo
Veneno é com meu cavaquinho
Pois se eu tô com ele
Encaro todo mundo
Se alguém pisa no meu calo
Puxo o cavaquinho
Pra cantar de galo
Oi que foi só pegar no cavaquinho
Pra nego bater
Mas seu contar o que é que pode um cavaquinho
Os homens não vão crer
Quando ele fere, fere firme
E dói que nem punhal
Quando ele invoca até parece
Um pega na geral
Quando ele fere, fere firme
E dói que nem punhal
Quando ele invoca até parece
Um pega na geral
Quando ele fere, fere firme
E dói que nem punhal
Quando ele invoca até parece
Um pega na geral