Nasceu no Passo Real
Lá no Salto do Jacuí
O João que ainda guri
Já tinha por vocação
A sina de ser gaiteiro
No dom que lhe foi deixado
Pelo Pai, o Seu Conrado
Morto na revolução
João Maria de Jesus
É o seu nome de verdade
E na grande Soledade
Levava a vida no bico
Por ronca em cima da gaita
Ele ganhou um apelido
E assim ficou conhecido
Como o famoso João Mico
Quando o João Mico tocava
Ninguém ficava no banco
E ele só trocava o tranco
Sem trocar de melodia
Cada marca se espichava
Por quase uma meia hora
Mas o povo ia simbora
Só perto de clarear o dia
Muda o tranco e toca a mesma
Que o baile não é nanico
O Rio Grande é Mais Rio Grande
Na cordeona do João Mico
Muda o tranco e toca a mesma
Que o baile não é nanico
O Rio Grande é Mais Rio Grande
Na cordeona do João Mico
Cruzava o Jacuí a nado
Foi arteiro e foi tropeiro
Do Avô Turibio, um parceiro
De festa e de cantoria
Do Gildinho e do Chiquito
Foi o Professor primeiro
E inspirou muitos gaiteiros
Que nos dão tanta alegria
Já tem mais de oitenta anos
Mesmo assim não tastaveia
Seu filho João Luiz Corrêa
Valoriza seu legado
No amanhã do gauchismo
Nosso tesouro mais rico
O legendário João Mico
Há de ser sempre lembrado
Quando o João Mico tocava
Ninguém ficava no banco
E ele só trocava o tranco
Sem trocar de melodia
Cada marca se espichava
Por quase uma meia hora
E o povo só ia embora
Só perto de clarear o dia
Quando o João Mico tocava
Ninguém ficava no banco
E ele só trocava o tranco
Sem trocar de melodia
Cada marca se espichava
Por quase uma meia hora
Mas o povo ia simbora
Só depois de clarear o dia
Muda o tranco e toca a mesma
Que o baile não é nanico
O Rio Grande é Mais Rio Grande
Na cordeona do João Mico
Muda o tranco e toca a mesma
Que o baile não é nanico
O Rio Grande é Mais Rio Grande
Na cordeona do João Mico