Na manhã, na madrugada
Pela tarde e quando o dia acaba
No refúgio da manada
E até quando a situação me aldraba
Mesmo em dia de recreio
Na alegria de um passeio
Nem sequer cheguei a meio
E há sempre um fardo que se aninha no meu peito
Levo esta carga pra casa
E transformo-a numa companheira
Alapada nunca baza
Nem quando eu ’tô dentro da banheira
Até quando eu 'tô sozinho
Atirado a um cantinho
Na Vagueira ou lá no Minho
Hoje em dia eu adivinho
Vai dar asneira, vais ver
Tenho os meus nervos mesmo à flor da pele
E pra tentar deixar de os ter
Fico a ver a família a crescer
Enquanto aprendo a conversar com a dor
Pra’ra nunca nunca mais a ver
Finalmente é bom saber
Que existe a razão pra ter tanta ansiedade
Onde custa mais mexer
É na tradição que me deu Alvalade
Cada vez é mais distante
Numa dúvida constante
A chagar-me a tarde inteira
E a acabar em choradeira
Vai dar asneira, vais ver
Tenho os meus nervos mesmo à flor da pele
E pra tentar deixar de os ter
Fico a ver a família a crescer
Enquanto aprendo a conversar com a dor
Pra nunca nunca mais a ver
Vai dar asneira, vais ver
Tenho os meus nervos a estragar-me a pele
E pra tentar deixar de os ter
Fico a ver a família a crescer
Enquanto aprendo a conversar com a dor
Pra nunca nunca mais a ver